“Outra obra de Lobato é acusada de racismo”
“Diretor-geral do Google no Brasil é preso pela Polícia Federal”
“Justiça proíbe exibição no Brasil de filme que ofende Maomé”
Comento na ordem.
Racismo de quem? Do autor ou dos personagens? Dá para levar personagens à corte?
Aí me vêm os jumentos do Instituto de Advocacia Racial e Ambiental (aliás, que escopos distintos, hein… que indecisão!) afirmar que o livro Negrinha, do Monteiro Lobato, é um livro racista, que deveria ser censurado. Claro, os militantes bonitões vão afirmar que “não é censura, apenas queremos uma anotação obrigatória em todos os exemplares do livro, uma faixa preta dizendo RACISTA”.
Isso prova duas coisas. A primeira é: nenhum respeito às liberdades individuais e comerciais, pois querem proibir a editora de vender o livro como se apresenta, e querem proibir que eu, leitor, forme uma opinião diferente daquela que os tacanhos regurgitaram ao ler a obra.
A segunda é: nem se preocuparam em ler o livro! Quem lê Negrinha vê que é uma homenagem à personagem-título, mostrando as situações por que ela passa, procurando sensibilizar o leitor para isso. Mas o quê? Ler? Você está doido? Esses marxistas que usam O Capital de desodorante (só fica embaixo do braço) querem é eliminar da história todo tipo de opinião que não seja congruente com o que julgam correto. Para que ler? Só o título já diz tudo, ora!
E sabem o pior? É que o debate ocorre! Uma opinião tão estúpida não deveria nem ser considerada, nem levada a noticiário por jornais sérios (deixem isso para Carta Capital e afins). Tudo bem, a democracia (a grande vilã da humanidade) implica o direito irrestrito de petição, então os burricos do IARA têm direito de entrar com ações na Justiça o quanto quiserem. Mas a sociedade levar a sério essas opiniões mostra que as pessoas não têm o menor esclarecimento sobre seus direitos e os direitos dos indivíduos em geral. Admitem que “o Instituto até pode estar meio certo”. Tempos difíceis…
Não podemos conhecer os candidatos?
De outro lado, um internauta posta vídeo no Youtube atacando um candidato a prefeito de Campo Grande. Como todo aspirante a político, o tal candidato não deve ter respeito às liberdades, e não teve dúvidas: entrou com ação no TRE, conseguiu um magistrado tão pouco amante das liberdades quanto ele, e conseguiu uma ordem judicial para que o vídeo fosse tirado do ar. Vejam, estamos em época de eleições. Não é possível que um candidato, com apoio do Estado opressor, consiga calar as vozes que se lhe opõem simplesmente porque se sentiu “ofendido”.
A mensagem que se passa é que, basicamente, se um candidato tiver algum “podre” que os eleitores possam usar como critério de corte na hora de atribuir seu voto, é só pedir para um juiz amigão que o “podre” é rapidamente tirado do ar. Ponto. E ainda me vem o TSE falar no rádio “TSE, o tribunal da democracia”. Só se for democracia “dos amigos”!
Não condene o mensageiro, condene o criminoso!
Na mesma linha, um juiz em São Paulo manda o Youtube tirar do ar o vídeo malfeito do egípcio naturalizado americano que critica o islamismo e seu profeta principal, Maomé.
Quem acompanha o blog já se cansou de ler: não se deve restringir a liberdade de expressão de idéias de maneira nenhuma, a não ser pelo direito de propriedade privada. Se você não gosta de cristãos, beleza, azar seu. Quer escrever um livro, um folheto sobre isso? Se for no seu papel, com a sua tinta (ou o papel e a tinta de alguém que lhos forneça), vai fundo! No muro da minha casa? Aí, sinto muito, não. Só se eu permitir. Entenderam? Só assim é possível restringir o direito de expressar idéias.
“Mas e o caso em que a opinião causa comoção, como foi o vídeo, responsável por dezenas de mortos em todo o mundo?” Bom, cara, aí você tem problemas de associação de idéias. O vídeo não é responsável pela morte de ninguém. O vídeo não queimou propriedades, deu tiros ou atirou pedras. Os criminosos que fizeram isso, eles, sim, são os criminosos, e devem ser exemplarmente punidos.
E a justiça brasileira, claro, que não tem nenhuma noção do que seja o respeito às liberdades individuais, pune… o Youtube! Exatamente quem não tem nada que ver com a história! Claro, se fossem punir o autor do vídeo, teriam uma desculpa (não válida, mas pelo menos com aparência de validade). Se fossem punir os baderneiros, agiriam certo. Mas não: punem o pobre fornecedor da mídia, que não tem nada que ver com a história!
Concluindo
É, bom senso não dá para esperar de servidores públicos (como o são os juízes); todavia, é de assustar que agora não se tenta nem mais disfarçar os ataques diretos às liberdades mais fundamentais das pessoas. E a população brasileira, pacata que é, está sofrendo esses tolhimentos e nem se abala, nem protesta. O que dizer? Nada, a não ser que me assusta o que nos trazem os dias presentes. Só isso…