Qual é a fonte de todo o problema? Claro, a fonte primária é um “servidor” do Ministério Público que recebe mais de R$ 20.000 para fazer nada. E deve ser tão incompetente que seu chefe deve deixá-lo com essas açõezinhas sem futuro para ver se ele não se mete em coisa séria, para não estragar nada. Mas, fora essa fonte, o principal problema que causa todo esse burburinho é a recorrente confusão de “Estado laico” com “Estado ateu”.
Na verdade, para as militâncias burras de esquerda, é a confusão de “Estado laico” com “Estado anticristão”. Digo isso porque a maioria das pessoas que vi louvando a ação do procurador de cabelo em ovo apóia (!) as ditaduras islâmicas, acha correto que ataquem o grande vilão norte-americano em nome de suas crenças. Ou seja, uma cédula que coloque uma frasezinha, uma referência que quase ninguém nunca leu sobre o Deus cristão deve ser queimada em praça pública. Já um Governo que mata pessoas, condenando-as com base em preceitos puramente religiosos, sem respeitar nenhum tipo de liberdade individual, é apenas “uma manifestação de uma cultura diferente, e deve ser tolerada como tal”. Em resumo: para os burros, “laico” é “anticristão”!
O que não entendem é que o Estado laico se opõe à substituição da lei e das liberdades individuais por princípios religiosos impostos a toda a população. O Estado laico acha que a crença religiosa não deve ser a base de ação de seus agentes, mas não proíbe que manifestações de cada crença ocorra. Os quadrúpedes que acusam o Governo brasileiro de não ser laico deveriam buscar no Diário da Justiça algum julgamento em que o magistrado tenha baseado sua sentença em algum versículo bíblico, ou algum capítulo do Corão, ou mesmo em algum princípio do Bhagavad Gita. Ou então, busquem em algum diário oficial estadual, ou da União, se algum decreto ou lei foi aprovada/promulgada exclusivamente em nome de algum desses preceitos religiosos, sem ter uma base doutrinária ou constitucional. Como eles terão preguiça de fazê-lo, já adianto: não, nenhum julgamento, regulamento, ou ato executivo foi levado adiante por causa de religião alguma. Por quê? Porque o Brasil tem um Estado… laico! O Estado é culpado de muitos crimes, mas não de impor uma religião aos brasileiros. Aliás, graças a Deus, porque as piores fases do Cristianismo foram exatamente aquelas em que o Estado tomou para si a tarefa de impor às pessoas qual religião deveriam seguir.
E as cédulas de real?
E como ficam as cédulas de real, com aquela “heresia”. Bom, a ofensa, se ocorre, é culpa de outro crime do Estado: o curso forçado da moeda. Por esse princípio, toda a população submetida à tirania de um Estado é forçada a aceitar determinada moeda, e só pode fazer negociações com essa moeda. Assim, no Brasil, todo contrato (com exceções bem específicas dadas em lei) que envolva pagamentos e recebimentos deve ser denominado em reais. Não posso fazer compras no mercado ao lado de minha casa, por exemplo, com dólares, ainda que eu os tenha adquirido legitimamente e o dono do mercado os aceite de bom grado.
O perigo do curso forçado é que ficamos reféns de uma moeda cujo valor não é definido pelo próprio mercado, mas é imposto goela abaixo por um tirano armado (o Governo). Se, por outro lado, fosse permitido haver concorrência de moedas, poderíamos assistir à circulação de vários tipos de cédulas, garantidas, cada uma, por seu respectivo banco emissor. Cada pessoa aceitaria as cédulas das instituições que julgasse dignas de confiança, e todas as transações ocorreriam numa boa. E mais: se um banco X emitisse cédulas com a inscrição “Deus seja louvado”, e um militantezinho se sentisse “ofendido”, bastaria que recusasse receber as tais cédulas X e passasse a fazer negócios apenas com as cédulas do banco L, que portaria, por exemplo, a inscrição “A luta continua, companheiros!”. E pronto, ninguém seria obrigado a nada, todos seriam felizes e contentes!
Difícil ocorrer isso hoje em dia? Talvez, dada a situação institucional do mercado monetário em todos os países do mundo. Impossível de dar certo? Bem, quem afirma isso deveria sair dos livros tradicionalistas de Economia Monetária, que nada mais fazem que impor regras erradas a seus estudantes/leitores, e dar uma olhada em The Case for Gold, de Ron Paul. A parte histórica sobre o sistema monetário americano é sublime, e deveria substituir o currículo de qualquer curso de Economia Monetária das faculdades de Economia do mundo. Ah, o link leva a uma versão em PDF gratuita, que pode ser baixada e reproduzida à vontade. Usem sem moderação! Heheheheheheh…