“Et veritas liberabit vos”
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Quebrando mitos: a falácia da janela quebrada

5/1/2016

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​Li o excelente livro de David Boaz, O Manifesto Libertário. Coloca de maneira bem didática os princípios basilares do libertarianismo, mostrando como uma sociedade libertária tem muito mais chances de sucesso que uma sociedade em que haja um governo interventor.
Vale lembrar que o autor não é anarquista. Das espécies de libertários, ele se encaixa no chamado minarquismo, que acredita que o Estado, uma vez que exista, deva-se limitar a garantir a segurança da propriedade privada e o cumprimento das leis (que também devem ser bem limitadas, praticamente refletindo os direitos naturais do indivíduo e os costumes da sociedade em questão).
Ainda que alguém não acredite que seja possível limitar um Estado dessa forma (como é o caso deste que lhes escreve), os princípios e casos enumerados por Boaz são exemplares e aplicáveis em qualquer situação. Ademais, uma vez que o anarquismo padeça da descrença de sua aplicabilidade por grande parte das pessoas, propagar idéias que reduzam o máximo possível a ação opressora estatal já é um grande passo em direção à melhoria da sociedade.
Dentre muitos trechos excelentes (que não posso reproduzir na totalidade sem ferir supostos “direitos autorais”), um chama a atenção e é importante para quebrar um mito que há décadas grassa entre economistas e tem direcionado políticas econômicas: a falácia da janela quebrada. O texto é muito bom, e vale a pena que se leia à letra. Com a palavra, David Boaz:
O que se vê e o que não se vê
Toda proposta de intervenção do governo na economia envolve um truque de mágica. Como um mágico, o político que propõe um tributo, um subsídio ou um programa quer que os eleitores olhem somente para sua mão direita e não notem sua mão esquerda.
No início do século XIX, Frédéric Bastiat escreveu um brilhante ensaio que inspirou o popular Economics in One Lesson de Henry Hazlitt. Como afirma Hazlitt,

“Pode-se reduzir toda a economia a uma única lição (…). A arte da economia consiste em olhar não apenas para os efeitos imediatos, mas para os efeitos de longo prazo de qualquer ato ou política; consiste em rastrear as conseqüências dessa política não apenas para um grupo, mas para todos os grupos.” (Grifo no original.)

Bastiat e Hazlitt começam ambos com a história da janela quebrada. Em uma cidade pequena, um adolescente quebra a janela de uma loja. No início, todos se reúnem na frente da loja e o chamam de vândalo. Mas então uma pessoa diz que, afinal, alguém vai ter que substituir a janela. O dinheiro que o dono da loja paga ao homem que instala a janela permitirá que ele compre um terno novo. O alfaiate então vai poder comprar uma nova escrivaninha. À medida que o dinheiro circula, todos na cidade se beneficiam do vandalismo do menino. O que se vê é o dinheiro circulando a partir da substituição da janela; o que não se vê é o que teria sido feito com o dinheiro se nenhuma janela tivesse sido quebrada. Ou o dono da loja o teria poupado, adicionando-o ao capital de investimento e conseguindo posteriormente um melhor padrão de vida, ou o teria gasto. Talvez tivesse comprado um novo terno ou uma nova escrivaninha. A cidade não está em melhor situação; as pessoas tiveram que gastar dinheiro substituindo algo, em vez de ter gerado uma riqueza nova.
Colocada de maneira tão simples, a falácia pode soar obviamente absurda. Quem afirmaria que uma janela quebrada pode beneficiar a sociedade? mas, como apontaram Bastiat e Hazlitt, a mesma falácia pode ser encontrada todos os dias nos jornais. O exemplo mais claro é a história que sempre aparece dois dias depois de um desastre natural. Sim, o furacão Andrew foi terrível, as pessoas refletem no dia seguinte, mas pense em todos os empregos na construção civil que serão criados quando forem reconstruídas as casas e fábricas. De fato, um jornal da Flórida trazia a manchete “Furacão Andrew traz boas notícias para economia do sul da Flórida”. O Washington Post relatou que o Japão está considerando construir uma nova capital em algum lugar exceto Tóquio. Pode haver bons argumentos para isso, mas não este: “Os defensores afirmam que uma nova capital impulsionaria a letárgica economia do Japão. O enorme projeto de construção criaria muitos empregos, e as reverberações seriam sentidas por toda a economia nacional”. Seriam mesmo, mas em ambos os casos devemos olhar para o que não se vê. Um furacão destrói riqueza real em uma sociedade — casas, fábricas, igrejas, equipamentos. O capital e a mão-de-obra que são utilizados na reconstrução dessas coisas não estão sendo usados para produzir riqueza adicional. Quanto a construir uma nova capital, o mesmo número de empregos poderia ser criado com a construção de pirâmides; mas, se não há uma boa razão para uma nova capital, então capital e mão-de-obra estão sendo afastados de usos mais produtivos.
(…)
A falácia da janela quebrada tem uma aplicação bem mais ampla:
. Sempre que os políticos propõem tributar as pessoas para construir um estádio para o dono multimilionário de um grande time esportivo, eles acenam com a mão direita a promessa de que o aumento da atividade econômica vai mais do que repor o dinheiro gasto. Mas eles não querem que você olhe para a mão esquerda — os empregos e a riqueza criados com o dinheiro que as pessoas teriam gasto se ele não lhes tivesse sido tomado sob a forma de tributos para a construção do estádio.
. Depois que o Governo Federal deu à Chrysler Corporation 1,5 bilhão de dólares em garantias de empréstimos, os jornais relataram que o esforço era um sucesso porque a Chrysler se manteve no mercado. O que eles não relataram — não podiam relatar — foi o que não se viu: as casas que não foram construídas e as empresas que não se expandiram com o dinheiro que outras pessoas não puderam tomar emprestado, porque o Governo direcionou recursos escassos para a Chrysler.
. Em todas as gerações, desde a Revolução Industrial, as pessoas têm-se preocupado com a idéia da eliminação de empregos pela automação. Em 1945, a primeira-dama Eleanor Roosevelt escreveu: “Chegamos a um ponto hoje em que máquinas automáticas são positivas somente quando não expulsam o trabalhador de seu emprego”. Nesse caso, parece que não havia muito trabalho para proteger. Gunnar Myrdal, que chegou a receber um Prêmio Nobel de Economia, escreveu em 1970, em The Challenges of World Poverty, que máquinas para automação da produção não deviam ser introduzidas em países em desenvolvimento porque elas “diminuem a demanda de mão-de-obra”. É claro que a automação reduz a demanda de certos tipos de mão-de-obra, mas isso significa que a libera para fazer outras coisas. Se é possível produzir coisas com menos recursos, então mais coisas podem ser produzidas — mais roupas, mais casas, mais vacinas para manter nossos filhos vivos, mais comida para as pessoas subnutridas, mais centros de tratamento de água para combater a cólera e a disenteria.
Cada plano para criar empregos por meio de gastos do Governo significa que tributos serão cobrados das pessoas para pagar pelo projeto. O dinheiro gasto pelo Governo deixa então de ser gasto pelas pessoas que trabalharam para ganhá-lo, nos projetos que elas teriam escolhido. As emissoras de televisão podem mandar câmeras para filmar as pessoas que conseguiram empregos ou serviços do programa; mas não conseguem encontrar aqueles que não conseguiram emprego porque uma pequena quantia de dinheiro foi desviada de cada pessoa na sociedade para pagar pelo programa que se vê.
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Pensamento da Semana

28/10/2013

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“Vamos almoçar no estilo keynesiano: você me paga R$ 50,00 para almoçar com você. Aí, eu lhe pago R$ 25,00 dos R$ 50,00 que eu ganhei para você almoçar comigo. Com os R$ 75,00 que recebemos no agregado, podemos almoçar num bom restaurante.”

(Antony Davies, mostrando como é ridícula a idéia do multiplicador keynesiano)
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Pensamento da Semana

28/8/2013

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“Como se não bastasse o ‘PIBinho’, Guido Mantega inventou agora a ‘minicrise’. É o Brasil na era da nanoeconomia!”

(Tutty Vasques, um dos favoritos da casa)
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Pensamento da Semana

30/7/2013

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“E eu pareço um homem que tem um plano?”

(Coringa, em O Cavaleiro das Trevas, mas pode ser o Guido Mantega, também)

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Mais do mesmo

11/6/2013

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Como já se tornou costume, as atualizações do blog estão menos freqüentes. A família já, já aumenta, e ocupações maiores no trabalho acabam tomando o tempo também em casa. De qualquer forma, não poderia deixar de fazer um comentário sobre a economia do País nas últimas semanas.
Já é conhecida da meia dúzia de leitores deste site que não tenho o menor respeito por economistas videntes, que usam o diploma como bola de cristal para “mudar a projeção do PIB de 2,98% para 2,95%”. Para economista de verdade, qualquer dessas duas projeções é algo entre 2,5% e 3%, e ponto. Essa precisão centesimal é uma estupidez enorme, que os métodos estatísticos (se bem usados) não permitem.
Bem, mas o “mercado” (ou o que essa galera entende por “mercado”) gosta desse chutes educados, então, beleza; que continuem a ganhar dinheiro falando números que seriam tão bons quanto um papelzinho sorteado de uma urna por um macaco.
Agora, o que é cômico é ver o Governo patinando com suas afirmações sem fundamento, numa tentativa fútil de levar o tal “mercado” na direção que é melhor eleitoralmente. Mas aí vem o problema: o verdadeiro mercado não está nem aí para o que o Governo finge ter por objetivo. O mercado avalia, sim, as ações e as decisões do Governo. E percebe, claramente, quando o controle pretendido pelo Governo se esvai como areia entre os dedos.
Ora, se duvidam, basta ver como hoje (11 jun.) o Banco Central teve de rebolar para tentar fazer o dólar cair um centavinho (e, ainda assim, é quase certeza de que o BACEN não deve ter tido nenhuma participação nessa queda).
Ou seja, meu conselho de economista, sem bola de cristal, mas baseado na competência da equipe econômica da Esplanada dos Ministérios:

(Um minuto para gargalhar da tal “competência”.)

Se quer acertar o movimento do mercado, ouça atentamente o que afirma o Ministro da Fazenda e inverta os sinais. Sem dúvida, sua taxa de acerto será maior do que qualquer um que siga os prognósticos estatais produzidos com intuitos puramente eleitoreiros.
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Por que confiar num petista… só que não! (parte II)

22/3/2013

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O fato ocorreu no começo do mês, mais precisamente no dia 8. Veja o vídeo:
Bom, é dever de todo cidadão de bem, em qualquer situação, convenha ou não, falar mal do Governo. Quando o Governo é petista, então, passa a ser obrigação moral de primeiro nível. É óbvio que, pela sua própria natureza petista, Dilma procure sempre fazer malandragem na sua atuação como presidente. Mas também é importante que se mostrem essas malandragens, para que os eleitores possam ser devidamente responsabilizados quando reclamam que a economia não ajuda, que político não tem jeito etc..
Portanto, guarde isso. Daqui a pouco mais de um ano e meio, haverá votação para presidente, e a terrorista aí em cima vai tentar reeleger-se. Lembre-se de que a fascista manipulou a opinião pública, travou uma política de redução de impostos indiretos (que sempre é favorável à população), apenas para posar de generosa quando conviesse, apenas para promover-se numa política fraca de tentativa de controle da inflação. Lembre-se…
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Manual de Macroeconomia Mantegana (parte II)

19/3/2013

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Na próxima postagem, vou mostrar como a Governanta fez uma tremenda sacanagem. Claro, sendo governo, ainda mais do PT, nada além se deveria esperar. Mas o descaramento é o que assusta.
Bom, vamos ter uma aplicação dos princípios da teoria econômica de Mantega com a notícia a seguir:
“Após desoneração, preços da cesta básica sobem em vez de cair”

Ou seja, em qualquer mundo normal, a retirada de impostos da cesta básica resultaria em redução dos preços de seus produtos componentes. Mas em Tupinicópolis, onde vale a teoria mantegana, os preços sobem! Parafraseando propaganda conhecida, e citando amigo meu do trabalho, “tem coisas que só o PT faz por você”!
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Manual de Macroeconomia Mantegana

4/3/2013

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Após as declarações da última semana, creio que consegui montar um pequeno manual dos princípios que regem a curiosa teoria macroeconômica de Guido Mantega. São basicamente quatro regras, que se aplicam sempre, a qualquer momento em que se mostrem convenientes:

1.ª) Se a economia do seu país vai bem, o responsável é sempre a administração de seu Governo. Não importa o quão grotesca soe essa mentira, sempre afirme-a com convicção. Haverá tolos suficientes para acreditar e ovacioná-lo.

2.ª) Se a economia do seu país vai mal, negue. Nunca vai mal. Os burocratas responsáveis pelas estatísticas que não estão com a metodologia certa, os dados estão provisórios, foram esquecidos determinados números.

3.ª) Se, ainda assim, os números forem teimosos o suficiente e resistirem até ao waterboarding, faça cara de bunda e vá à televisão culpar o mercado externo (que está melhor do que o seu país), a situação dos demais países (que está, pelo menos, tão boa quanto a do seu país), as políticas protecionistas (que são iguais às do seu país), mas nunca deixe que a emprença golpista acuse ou culpe seu Governo!

4.ª) Por fim, a regra de ouro da Macroeconomia Mantegana: sempre que der más notícias, afirme, ainda que pareça o mais absurdo possível diante dos números, que há tendência de melhora, conforme os dados do último trimestre/semestre/mês. Você continuará sendo o palhaço da corte executiva federal, mas não dará motivos para que a Governanta o expulse da equipe econômica.

Pronto. Lancei para análise de meus pares. Agora, está livre para críticas, acréscimos e correções.

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Incompetência em fazer malfeito é triste

30/1/2013

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Olhem só que coisa. Notícia do UOL:
“Mesmo com manobra contábil, governo não bate meta fiscal de 2012”

Então, ’tá. O burro do Ministro da Fazenda faz e acontece, bota o Secretário do Tesouro para defender a magia negra que foi feita com o dinheiro e com os recursos da União, dizendo que “são procedimentos usuais” na contabilidade (só se esqueceu de que são usuais na contabilidade privada, não na pública, né?), para, no fim, não conseguir atingir a meta pretendida!
Temos ou não de nos orgulhar dessa súcia que coordena o (des)Governo do nosso País?

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Gráficos no espelho

11/1/2013

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Numa entrevista sobre Economia, metodologia econômica e pensamento econômico no Brasil, certa feita, Delfim Neto afirmou que Inácio Rangel (economista de esquerda já falecido) traçava seus gráficos pelo espelho, já que via as correlações entre as variáveis de maneira invertida à que ocorriam na realidade. Aparentemente, os conselheiros/palpiteiros sobre Economia dos governos em geral, e da nossa Governanta em particular, têm o mesmo problema. Ou, de maneira mais simples, não sabem nada da ciência profana, mesmo. Vejam as duas notícias que seguem. Comento uma a uma, logo depois:
“Comerciantes aproveitam tragédia em Xerém (RJ) para aumentar preços; polícia faz ação para reprimir crime”

“Ministro garante corte de 20% na conta de luz a partir de fevereiro”

1) Em caso de escassez, quem merece o que há disponível?
É meio redundante enumerar as vantagens da liberdade, em qualquer contexto. Mas, em relação à liberdade de mercado, dados os muitos ataques que ela sofre, vale a pena um esforço adicional.
Num ambiente de livre mercado, o que ocorre? Basicamente, uma pessoa P1 que detém certo bem A está disposta a trocá-lo por outro bem B, ou por uma certa quantia em dinheiro, e outra pessoa P2 detém o bem B ou certa quantia em dinheiro e está disposta a adquirir o bem A. Elas se encontram, fazem o acordo voluntariamente, e, vejam só: ambas saem ganhando com a transação! Ambas estavam com um bem que queriam dispensar (lembrando que dinheiro também é um bem) e passaram a ter um bem que desejavam. Ademais, não faria sentido realizar a transação se qualquer uma delas se sentisse prejudicada — daí a importância de ser um acordo voluntário.
Vamos ampliar o escopo. Suponha uma loja, ou seja, um estabelecimento que se especializa em vender coisas. Nela, está-se vendendo o bem A a um preço de $ 3, por exemplo. Se vê que as pessoas estão comprando muito do bem A, a ponto de fazer uma fila de contornar o quarteirão, e, além disso, percebe que o estoque está limitado, é muito racional que o lojista pense:
“Todos esses consumidores avaliam o bem A em mais que $ 3, pois, caso contrário, não estariam aqui, perdendo seu tempo na fila para adquiri-lo. E logo vai acabar o estoque. Eu queria que comprasse o bem A quem realmente acha que ele é mais valioso, quem realmente precisa dele; como faço?”

Se o lojista sair perguntando na fila, um por um, se cada consumidor precisa mesmo do bem, é claro que todos dirão que sim. Não há como medir objetivamente quanto cada um valoriza o bem para comparar interpessoalmente. Mas aí vem o estalo: quem precisa mais do bem, que o valoriza mais, está mais disposto a pagar um preço mais alto. Assim, se pensarmos em termos de justiça distributiva, uma vez que o bem é escasso e não pode ser dado a todos que o desejam, o preço é o critério de decisão mais limpo, claro e objetivo.
Vamos para uma situação mais realista? Suponha que nosso lojista seja um frentista vendendo gasolina a $ 3 por litro, e que a cidade tenha sofrido um desastre. Suponha, ainda, que ele veja, logo nos primeiros lugares da fila, pessoas que já abasteceram seus tanques nesta semana e, mais ao fim da fila, o seu Zezim, motorista da ambulância do hospital local. Consciente da capacidade de seus tanques subterrâneos, o frentista sabe que seu Zezim vai acabar ficando sem gasolina, e sabe que, com certeza, ele vai dar mais valor para a gasolina do que os “folgados” que só querem garantir o passeio do fim de semana. Ora, dado que a gasolina pertence ao frentista (e, portanto, ele vende a quem quiser, por quanto quiser), ele decide colocar o litro do combustível a $ 6. Com isso, 70% da fila desaparece (quem vai embora comenta “é melhor ir passear de bicicleta”, ou, então, “vai chover no fim de semana, mesmo”), e seu Zezim, que precisa da gasolina de qualquer jeito, abastece a quantidade desejada, e vai prestar seu serviço de socorro a quem dele necessita.
Se vivêssemos num país civilizado, que respeitasse os direitos de propriedade e a liberdade pessoal, essa história poderia ser verdadeira, e seria muito natural para nós. Entretanto, o que ocorre é o contrário: as pessoas na fila pensam que elas têm direito a comprar a gasolina, pelo preço que elas acham que é certo! Aí, o Estado, por meio de seu braço armado, prende o pobre frentista (que só tentou fazer a distribuição mais justa de um bem que, repito, era seu!) e ainda o proíbe de vender a mercadoria escassa (ou seja, nem seu Zezim, nem os folgados terão acesso a ela).

Basicamente, o Governo não quer deixar que o mercado resolva a situação de escassez que o Governo não consegue resolver. No fim, o que vemos é uma total ignorância sobre o mais básico da lei da oferta e da procura: um bem mais escasso tende a ficar mais caro. Ponto! Isso é algo tão óbvio que fico até com medo de meus três leitores fugir, pensando que estou subestimando suas inteligências. No fim, é a inteligência dos agentes do Estado é que é bem mínima, mesmo…

2) Quando há risco de desabastecimento, quem decide os preços deve fazer o que com eles?
Bom, que acompanha este site já viu que estamos correndo risco já anunciado de falta de energia elétrica. O problema nem é energia a ser gerada; essa tem, e de sobra. O problema é infra-estrutura para transportar essa energia do ponto de produção (geração) aos pontos de consumo. Ou seja, o Governo é incapaz de pensar “macro”; se consegue lembrar uma coisa, esquece outra. Incompetência é isso, certo?
De qualquer forma, como ocorre com qualquer mercadoria que é produzida mas não consegue ser escoada para seu mercado consumidor, a tendência de quem controla a circulação é segurar um pouco as vendas, reduzir a procura pela mercadoria, pelo menos até o problema de transporte ser resolvido. No mercado livre, isso ocorre com o mecanismo de preço (como já disse acima, o mais objetivo e justo). No caso da energia elétrica, cuja precificação o Estado toma para si (o que não significa que ele saiba fazer isso), caberia ao Estado controlar a demanda por energia, fazendo com que o consumo se restringisse “naturalmente”, sem forçar racionamento. Como? Aumentando os preços, oras!
Mas o Governo não nos decepciona: seguidamente defendemos neste blog que o Governo é incompetente, e a cada dia ele se mostra mais incompetente no cumprimento das funções que arroga para si. Forçando de todo o jeito o aumento da produção agregada (o famigerado PIB), percebendo que suas políticas expansionistas não funcionam (afinal, é uma ação do Governo; não funciona por construção!), quer reduzir os preços dos produtos pela via dos custos. Decisão até perspicaz, mas executada do jeito errado (claro! hahahahahahah…): em vez de reduzir os tributos, que são o grande roubo que a população sofre, quer empurrar uma redução no preço da energia, num momento em que tudo indica que a energia vai faltar!

Conclusão? Ora, os gráficos do Governo devem estar, mesmo, lá com a Alice, no País dos Espelhos! ’Tá tudo invertido! No fim, é como Milton Friedman disse uma vez: se você colocar o Governo para administrar o deserto do Saara, em cinco anos vai faltar areia por lá.
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